Quem não dá duro no trabalho hoje vai dar duro procurando emprego amanhã.

segunda-feira, agosto 14, 2006

De um lado os resultados do estudo da McKinsey aponta os problemas que emperram o crescimento do Brasil... aqui alguns trechos do que você pode encontrar na Exame...

Quais são as causas do atraso econômico brasileiro? Por que o país não consegue andar no ritmo de Índia e China, os novos líderes do mundo emergente? Quais são, afinal, as principais barreiras ao crescimento do Brasil -- e o que pode ser feito para suplantá-las?
O estudo realizado pela McKinsey aponta a baixa produtividade da economia como a principal causa das diferenças de riqueza entre o Brasil e o mundo desenvolvido.

Os técnicos da consultoria foram a campo para medir o desempenho de diversos setores e constataram que a produtividade média do trabalhador brasileiro equivale a apenas 18% da produtividade americana, tomada como parâmetro no estudo. Isso significa que, para produzir a mesma coisa, um trabalhador brasileiro leva cinco vezes mais tempo que um americano.

"A produtividade é exatamente a capacidade de gerar riquezas", diz Diana Farrell, diretora do McKinsey Global Institute e uma das coordenadoras do estudo. "É natural que uma economia mais produtiva gere uma sociedade mais rica." Os consultores da McKinsey chegaram aos resultados depois de visitar obras de construção civil, fábricas, hipermercados, bancos e fazendas tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

Na agropecuária, por exemplo, área em que o Brasil é reconhecidamente líder mundial em diversas categorias, o resultado é péssimo. A produtividade média do trabalhador brasileiro no campo representa apenas 5% da obtida pelo americano -- isso apesar da excelência do país no agronegócio. O aparente paradoxo explica-se pelo enorme contingente de brasileiros -- cerca de 14 milhões -- ainda presos a uma agricultura de subsistência. Podem-se imaginar os lucros do Brasil caso esse setor ganhasse em produtividade. No extremo oposto, os bancos surgem como o setor em que a distância em relação aos americanos é menor. Na verdade, se consideradas apenas as instituições privadas, os bancos brasileiros -- com seus altos investimentos em tecnologia e baixíssima exposição à informalidade -- têm desempenho superior aos dos Estados Unidos.

O plano sugestão da Mckinsey para o Brasil inclui:

Se o Brasil iniciasse em 2007 um plano de longo prazo para aumentar a produtividade, a renda per capita do país dobraria até 2020: Renda per capita brasileira projetada para 2020: 16 400 dólares.

Para chegar lá, seria necessário atingir várias metas, entre elas:

- Reduzir a informalidade de 40% para 20% do PIB
- Reduzir a instabilidade macroeconômica, cortando gastos correntes do governo de 30% para 25% do PIB
- Cortar pela metade o tempo de solução e o número de novos processos judiciais
- Melhorar a infra-estrutura, aumentando o percentual de investimentos de 2,4% para 6% do PIB

Do outro, Ricardo Semler fala sobre as crenças que possui sobre sua maneira diferente de trabalhar... também da Exame...

1 - Não é utopia falar num sistema democrático e sem horários fixos? Como funcionariam as empresas de setores como aviação ou a indústria automobilística?
Os modelos atuais estão errados, tanto é que existem hoje poucas montadoras viáveis no planeta e quase nenhuma companhia aérea. Nesse setor, as notáveis exceções são as empresas pequenas, nas quais o funcionário tem voz ativa nas decisões, como a JetBlue e a Virgin Atlantic. Não é mera coincidência.

2 - É possível mesmo trabalhar menos, com toda a competitividade entre as empresas?
Se um executivo analisar sua agenda, verá que há uma perda extraordinária de tempo com assuntos desimportantes. Render-se às normas de internato das companhias não significa aumentar a produtividade. Minha empresa, a Semco, cresceu 27% ao ano por mais de uma década. Trabalho sem relógio, celular e agenda fixa. E não mais do que algumas horas por dia. É o suficiente.

3 - Sempre se falou que a tecnologia livraria as pessoas da obrigação de se deslocar diariamente para o escritório. Por que isso não aconteceu?
A estupidez ainda é a regra. É possível abolir o conceito anacrônico de ter sedes, é fácil eliminar o horário fixo, é moleza desfazer-se do organograma. Mas a insegurança de executivos treinados por escolas ultrapassadas perpetua o modelo atual.

4 - As empresas chinesas e indianas trouxeram alguma novidade para esse ambiente?
Por enquanto, nenhuma. Elas apenas reproduzem os modelos ocidentais e aproveitam mão-de-obra barata, políticas governamentais ou ciclos de caixa gigantescos.

5 - O senhor costuma comparar esse ambiente de trabalho às imagens dos operários do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Não é um exagero?
Não. O call center de 2006 é a linha de montagem de Chaplin da década de 20. Em vez de estimular a criatividade, os executivos estão preocupados em manter o controle. Alguns chegam ao cúmulo de impor restrições ao uso de ferramentas como a internet durante o horário de trabalho.

6 - A desculpa para esse tipo de restrição é que a internet pode prejudicar a produtividade. Não faz sentido?
O interessante é que a mesma empresa que proíbe a internet durante o expediente não proíbe seus executivos e funcionários de trocar e-mails aos domingos discutindo assuntos de trabalho. A questão não é policiar o funcionário para saber se está perdendo tempo na empresa. É preciso criar interesse para que a pessoa tenha motivação e gratificação no que faz.

7 - Em seu novo livro, o senhor diz que sempre sonhou fazer uma experiência “Semco unplugged”, ou seja, testar como seria um dia da rotina de sua empresa sem internet e e-mails. Já conseguiu realizar esse projeto?
Não. Ninguém deixou. Eu não mando nada lá na tal de Semco.

Do outro lado do planeta, o empresário Yin Mingshan, dono do Lifan Group da China, fala sobre suas crenças sobre TRABALHO...da Veja...

"Yin viveu dos 20 aos 40 anos entre a prisão e os campos de "reeducação" implantados na fase tétrica do regime comunista e só aos 50 começou a testar as águas da livre-iniciativa. Hoje, aos 68, ele tem um lugar relativamente modesto na lista das 200 maiores fortunas da China – 130 milhões de dólares –, mas sua empresa ocupa uma posição ímpar: é o maior grupo de capital inteiramente privado num país onde todo mundo que conta tem de ter um sócio estatal.

"Quem não dá duro no trabalho hoje vai dar duro procurando emprego amanhã"

"Quem ganha dinheiro na China é um vencedor; quem ganha dinheiro fora é um herói"

"Se a Lifan não conseguir criar uma marca famosa, nossas motocicletas serão apenas um monte de ferro-velho"

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